No final de semana do dia 1 de junho fui a um evento do qual gostei muito: A 50ª Foire Internationale de la Photo (Feira Internacional de Fotografia). Ela foi criada em 1964 pelo Photoclub de Paris Val-de-Bièvre e atrai cada ano mais de 15 mil visitantes, sendo o maior evento da França dedicado à fotografia.
Mas onde ela acontece? Em Bièvres, uma cidade da região da Île-de-France, situada no departamento de Essonne, a 32 quilômetros de Paris. O lugar é uma graça, bem calmo. Tem algumas atrações, como o museu da fotografia, mas que não tive tempo de ver. Para quem vem do Brasil e gosta de cidades pequenas com arquiteturas antigas, vir passar um pedaço da tarde em Bièvres pode ser um bom programa.
Na verdade, não vi as atrações da cidade porque o motivo da minha visita era a feira, e tinha bastante coisa para ver. Ela se estende no sábado e domingo, mas fui somente no primeiro dia.
A primeira atração estava na praça principal da cidade. Era uma espécie de mercado das pulgas da fotografia. Tinha de tudo mesmo, desde máquinas muito antigas até filmes fotográficos, passando por acessórios, fotos de diversas épocas e até livros.
Era mais de 300 expositores e os preços os mais variados possíveis. Tinha, inclusive, duas agências de turismo que ofereciam roteiros acompanhados de curso de fotografia.
Outra atração da Foire são as exposições. Algumas, além da fotografia em si, abordam o país convidado, que nesse ano – como o título do post diz – foi o Brasil.
Havia três exposições sobre nosso país: A primeira era Ceux de la-bàs, um projeto-documentário de Gilles Favier, que traça a rotas dos escravos de Benin ao Brasil.
A segunda era O Jeitinho Brasileiro, de Georgi Lazarevski, com fotos do povo carioca.
E a terceira era Omame, de Marcelo Buainain, com obras de suas andanças pelo Brasil. Marcelo, que é brasileiro, foi o ganhador do Prêmio União Latina Martin Chambi, em 2012.
Também havia duas outras exposições: Flore en son Palais (Flore em seu palácio), com fotografias do Petit Palais (que ela fotografou para a prefeitura de Paris), além de uma retrospectiva da Foire de la Photo, instalada ao ar livre, em frente à prefeitura.
Uma das exposições, a Omame, aconteceu no Moulin Vauboyen, um lindo moinho do século XIX que foi transformado em centro cultural. Para a Foire, ali foi instalado também um espaço para ateliês, como o de capoeira, de percussão e de maquiagem. Neste último, as crianças – e os adultos também – poderiam ser maquiadas em verde e amarelo. Uma outra exposição no Moulin tinha fotos inspiradas nos pintores De la Tour, Caravaggio e Vermeer. O moinho é uma graça, e por si só já compensa a visita.
Nos dois dias da Feira, há vários encontros, palestras e debates com profissionais da fotografia, incluindo apresentações de portfólios. É uma boa chance para quem quer entrar no universo da foto e também para os profissionais fazer contatos.
Tanto no sábado quanto no domingo há também shows com ritmos do país convidado. No sábado, era principalmente samba. Vai até tarde, mas como tinha que voltar logo, só vi dois grupos: o Mistura Fina e a Roda de Cavaco. Quem me conhece sabe que não sou muito de samba, mas foi legal ver o pessoal tocando e até me deu uma dorzinha no coração de saudade.
Enfim, foi um dia muito legal e eu gostaria mesmo de ter voltado no domingo. É que além das atrações do sábado, ainda tem uma feira onde os fotógrafos expõem e vendem suas fotos, um prêmio para o melhor dentre eles, além de um leilão de fotos antigas e equipamentos, todos datados do período entre 1850 a 1950. Já prometi a mim mesma ir aos dois dias na próxima edição.
E se você estiver em Paris em junho do próximo ano e quiser ver um programa diferente, vale a pena mesmo conhecer a Foire. Em 2014, ela vai acontecer nos dias 7 e 8/06. Já anote na agenda.
Para ir a Bièvres a partir de Paris
De carro: pela N118
De trem: pegar o RER C, direção Versailles Chantiers, e descer em Bièvres.
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